As preocupações sobre a questão de prevenção contra incêndio é um tema antigo, mas que na atualidade vem sendo intensificado quando acontece alguma tragédia. Conforme dados do Instituto Sprinkler Brasil, em 2015 foram contabilizados 1349 ocorrências de incêndio no Brasil, uma média de 112 incêndios por mês. E a que gerou o maior número de ocorrências foram os estabelecimentos comerciais com 373 ocorrências e em segundo as industrias com 225. Podemos avaliar que a maior parte dos incêndios são gerados nas empresas, e nós como prevencionistas temos que agir de forma proativa para redução destes dados. O primeiro passo a ser dado para avaliarmos os riscos de incêndio em nossa empresa é termos o conhecimento básico de como o incêndio é gerado e como podemos contê-lo, e para isso temos que saber o que é o "fogo", pois é um dos gerados de incêndio. O fogo é definido como resultado de uma reação química, denominada combustão, que se caracteriza pelo desprendimento de luz e calor. Essa reação só acontece se tiver mais alguns elementos em suas devidas proporções, como o combustível, comburente e calor, assim formando o triangulo do fogo.
Combustível é o que alimenta o fogo, são as substancias sólidas, líquidas ou gasosas. Ex: Papel, Álcool, Gasolina, etc.
Comburente é o oxigênio existente na atmosfera. Sendo que o ar é composto por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e mais 1% de outros gases. Quando a concentração de ar está abaixo de 4% não haverá combustão, pois a mistura combustível e comburente iria ficar desproporcional.
Calor é o elemento que dar partida no fogo. Pode ser gerados por ação natural como raios, meteoros ou ação induzida por fósforos, curto-circuitos.
Mas apesar de termos este três componentes para geração do fogo é necessário um outro elemento para manter este fogo de forma permanente que seria a reação em cadeia, que através dela é representado pelo tetraedro do fogo.
Outro ponto importante que deve ser conhecido são os termos limite de inflamabilidade ou de explosividade, ponto de fulgor, ponto de combustão e ponto de ignição.
Limite de Inflamabilidade:Esses limites determinam uma faixa de concentração no ar, de gás, vapor ou
de particulados, expressa em percentual volumétrico, que torna a mistura inflamável. Tendo o limite de inferior de explosividade (LIE) e o limite superior de explosividade (LSE). O LIE é descrito com uma mistura pobre pois existe muito ar e pouco combustível, e o LSE é descrito como uma mistura rica, pois entre existe muito combustível e pouco ar. Havendo uma proporção entre combustível e ar ,torna-o inflamável. Segue abaixo uma tabela que nós mostra a proporção de algumas substância e o a proporção em ar ou oxigênio.
O equipamento que consegui auxiliar na medição do potencial de explosividade chama-se explosímetro, sendo utilizado pelos profissionais que realizam atividades em locais com grandes riscos de explosão.
Ponto de Fulgor (Flash point): É a temperatura mínima, na qual o corpo combustível começa a desprender vapores, que se incendeiam em contato com uma chama ou centelha (agente ígneo), entretanto a chama não se mantém devido a insuficiência da quantidade de vapores. Podemos concluir que ponto de fulgor é a temperatura em que o combustível começa a vaporiza e caso entre em contato com uma chama irar incendiar, mas neste ponto a chama não se mantém devido a pouca quantidade de vapor em suspensão.
É importante ressaltar que também através da temperatura do ponto de fulgor podemos saber se o liquido é inflamável ou combustível, pois conforme a NR20 os líquidos com o ponto de fulgor entre 60 °C e 93 °C são considerados líquidos combustíveis e aqueles com ponto de fulgor menor ou igual a 60 °C são considerados líquidos inflamáveis.
Ponto de Combustão ou Inflamação (Fire Point): É a temperatura mínima, na qual o corpo combustível começa a desprender vapores, que se incendeiam em contato com uma chama ou centelha (agente ígneo), e mantém-se queimando, mesmo com a retirada do agente ígneo.
Ponto de Ignição: É a temperatura, na qual os gases desprendidos do combustível entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer outra chama ou centelha (agente ígneo).
Podemos avaliar que o álcool vaporiza abaixo da temperatura ambiente e caso entre em contato com uma chama irá permanecer em combustão, mas caso não houvesse uma chama ele só iria entrar em combustão em contato somente com oxigênio quando chegasse a uma temperatura de 371 °C.
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS
Abafamento: Consiste em impossibilitar a chegada de oxigênio(comburente) à
combustão, diminuindo seu percentual necessário à queima, extinguindo-a. (Ex: Se utilizar um copo de boca para baixo em uma vela acesa, ele irá se apagar).
Resfriamento: Consiste em diminuir a temperatura de queima, até o limite em que a
temperatura de ignição do combustível não seja proporcional para que ocorra a combustão. (Ex: Uso de água para reduzir a temperatura).
Retirada do combustível: Consiste em retirar do local da queima o combustível,
que poderá ser total ou parcial, diminuindo o tempo de combustão ou extinguindo-o. (Ex: interrupção de vazamento de um liquido combustível).
Interrupção da reação química em cadeia: consiste em utilizar determinadas substâncias que têm a propriedade de reagir com algum dos produtos intermediários da reação de combustão, evitando que esta se complete totalmente. (Ex: Utilização de extintor PQS).
Agora que conhecemos melhor o fogo e os métodos que podem ser utilizado para a extinção de incêndio, vamos avaliar os riscos e utilizar estes conhecimentos para trabalharmos com segurança e sempre quando não podemos eliminar o risco de incendio, pelo menos vamos minimizar ao máximo este risco.
Espero ter ajudado!! Vamos buscar excelencia em SSMA (Saúde, Segurança e Meio ambiente)!
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